O modelo de hospital da Santa Casa da Irmandade da Misericórdia espalhou-se por todo o Brasil. Vejamos suas origens em Portugal assim como suas origens e história no Rio de Janeiro.

Origens

A Irmandade da Misericórida, é uma instituição benemérita e bastante popular no Brasil, talvez muito mais popular em tempos passados, quando está era praticamente a base do sistema de saúde da maioria das cidades.

A instituição tem suas origens em Portugal, tendo sido fundada no final do Século XV, por iniciativa de Frei Miguel de Contreiras, um espanhol radicado em Lisboa. Frei Contreiras precisava dar continuidade ao seu empreendimento de caridade e pediu auxílio à esposa de D. João II, Dona Leonara. O auxílo foi dado e obra continuada.

Em Agosto de 1489, foi instituída a Confraria ou Irmandade da Misericordia, cujo objetivo era hospitalizar enfermos, dar asilo aos orfãos e inválidos e ajudar ou confortar de forma cristã os encarcerados. Em função dos princípios elevados, o Rei estimulou que por todas as vilas e cidades de Portugal fossem fundadas estas irmandades.

A instituição e o primeiro hospital do Rio de Janeiro

A instituição veio para o Brasil ainda no primeiro Século da colonização, tendo o primeiro hospital da irmandade surgido no Rio de Janeiro em 1582, no mesmo local que ainda se encontra nos dias de hoje, na Rua Santa Luzia, antigamente praia de Santa Luizia, desaparecida em função dos grandes aterros feitos à sua frente.

Tem-se como fundador da Santa Casa do Rio de Janeiro o Padre José de Anchieta quando passou pelo Rio a frota de Flores Valdez a caminho do estreito de Magalhães. A tripulação se encontra em grande parte enferma, e Anchieta ampliou as pequenas acomodações já existentes para abrigar os enfermos.

Ao longo dos séculos a Irmandade foi crescendo, tendo tido inúmeros importantes provedores, sendo que um dos mais antogos foi Martim de Sá, em 1605.

A Santa Casa da Misericórdia, também deu nome à praticamente extinta Rua da Misericórdia e à uma das áreas mais antigas do Rio, em tempos passados chamada de bairro da Misericórdia.

Um novo edifício, em estilo neoclássico inagurado em 1852

O hospital da Santa Casa de Misericórdia, e casualmente chamado apenas de Santa Casa ganhou um grande impulso entre 1838 e 1854, durante a administração de José Clemente Pereira. Ele se empenhou na construção de um novo e grandioso edifício, cuja inauguração aconteceu em Junho de 1852.

O antigo possuía apenas 300 leitos e talvez não tivesse condições de higiêne sastisfatórias para os padrões da época. Este antigo hospital, tinha também um cemitério nos fundos que foi removido pelo mesmo José Clemente para a Ponta do Caju, em São Cristóvão.

O projeto do novo edifício esteve a cargo do Engenheiro Domingos Monteiro e contou com auxílio da Academia de Medicina.

O novo edifício em estilo neoclássico é grandioso, possui 2 pavimentos e 3 corpos ligados por uma galeria central. A fachada principal possui colunas de granito que delimita portas e janelas. Ao centro, existe uma escadaria e um frontão com esculturas em baixo-relêvo tendo a imagem da Misericórida e simbolos da medicina e religião católica. As esculturas do frontão foram feitas em pedra lioz.

No vestibulo da Santa Case podem ser vistas as estátuas de Frei Contreiras e Anchieta. As estátuas de D. Pedro II e José Clemente Pereira se encontram no segundo andar.

Uma instituição de importância e inúmeros serviços prestados à cidade

Além de atender a milhares de enfermos ao longos dos séculos e anos em seus leitos e clínicas, o Hospital da Santa Casa da Misericórdia tem sido também um local de pesquisa, estudos e ensino.

No mesmo local, funcionou por muitos anos a Faculdade de Medicina, entre 1856 e 1916. Anteriormente, a Escola de Medicina já havia funcionado no Colégio dos Jesuítas.

Entre os grandes nomes da medicina que estudaram na Santa Casa e lá praticaram e também ensinaram, pode-se citar grandes nomes como Miguel Couto, Torres Homem, Francisco de Castro, Pereira Guimarães, Chapot-Prevost.

Embora a Santa Casa seja a realização mais famosa da Irmandade da Misericórdia,existem muitas outras obras expalhadas pelo Rio de Janeiro e também por todo o Brasil.

Ladeira da Misericórdia, no centro da capital fluminense, é tombada pelo Iphan e vira Patrimônio Cultural Brasileiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Location talks!

Santa Casa da Misericórdia e Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso

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